quinta-feira, 3 de maio de 2012

CONSTRUINDO SUA PRÓPRIA ÁRVORE GENEALÓGICA
*Sérgio Corrêa Amaro
                        No artigo anterior apontamos a relativa facilidade de se construir uma árvore genealógica com a utilização da internet como fonte de informações. Pois bem, hoje trazemos os primeiros passos para quem se interessar pelo assunto, avisando, desde já, que além de se transformar em fascinante viagem pelo passado, pode trazer verdadeira “febre” em buscar mais e mais dados de antepassados próximos ou distantes, mas sempre com agradáveis surpresas. Ou não...
                        Num primeiro momento, devemos depositar na tarefa poucas expectativas de encontrar reis, príncipes, nobres ou santos no tronco da família; somos o que somos, um pé na cozinha ou na bastardia, outro na Europa, um sangue do índio caçado a laço ou um antepassado incógnito, fato muito comum em passado que não vai longe...Lá pelas tantas em nossas pesquisas, uma quarta ou quinta avó portuguesa era filha de pai desconhecido...então aquele ramo resta infrutífero na continuação e damo-nos por satisfeitos, contra fatos não há argumentos.
                        O primeiro passo é anotar seu próprio nome, data e local de nascimento e pesquisar junto à família nuclear (pai e mãe) o nome, local de nascimento deles mesmos e  datas de nascimento,   casamento e óbito dos avós e bisavós. Aquela velha prima distante pode ter informações importantes?  Vá atrás dela, telefone, escreva, anote tudo, as raízes familiares podem estar enterradas, mas não impossíveis de vir à luz.
                        Em rápido cálculo de parentesco e sem muitos sustos, chega-se à casa das centenas e até milhares e milhões os nossos antepassados. Assim, com a potenciação vamos calculando: temos 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós e por aí vai, sempre com 2 na base,  o expoente será o número de gerações.Para a 15ª. geração, por exemplo,  teremos o incrível número de 32.768 antepassados! Não quer dizer, absolutamente, que serão indivíduos diferentes...muitos avós, lá pelas tantas, serão comuns várias vezes, ou seja, serão antepassados “repetidos”. Considere uma geração, em média, com 25 anos, então a 15ª. estará há 375 anos, em pleno século XVII. Vamos devagar.
                        O tropeço maior na construção de uma árvore é a documentação para fundamentar os registros. Nesse sentido, vamos entender “documento” como qualquer suporte material, geralmente papel, impresso ou manuscrito e nesse quadro cabem os livros de assento de batismo, casamento e óbito, os processos judiciais, as escrituras, os testamentos, livros de História e afins e, naturalmente, os documentos digitalizados obtidos na internet com os motores de busca.
                        A prática de anotar os registros é bastante importante, não basta confiar na memória, pois a árvore “cresce”, como vimos, exponencialmente. Com os dados dos avós, mais fáceis de obter, comece a montar a árvore de costados. Para isso, pode valer-se de árvores “prontas”, disponíveis em muitos sites, como o www.familysearch.com, dos mórmons ou o www.familytreemaker.com, ambos em inglês, o www.familiaridade.com.br, em português e muitos outros. Baixe um dos vários programas e vá registrando os dados encontrados. Não se importe muito se houver “falhas”, vai encontra-las aos montes, quanto mais distantes os antepassados, menores chances de documentação boa e confiável.
                        Uma palavrinha a respeito dos mórmons. A Igreja Mórmon ou Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm o princípio de batizar por procuração seus familiares falecidos, para que recebam as bênçãos de Deus e a família seja eterna. Para isso organizam arquivos em microfilmes ou por qualquer outro meio de reprodução e os disponibilizam continuamente na internet e em Centros de História da Família, vários deles no Brasil, o que facilita bastante as pesquisas, especialmente para quem mora longe dos arquivos primários ou tem dificuldade de acesso às informações mantidas pela Igreja Católica e outras igrejas e denominações.
                        Não desanime nas primeiras tentativas, aos poucos vai se habituar a contornar os obstáculos e ter suas próprias estratégias de obter a informação desejada; como somos um país “novo” e miscigenado, vai esbarrar tanto em europeus, como em  escravos africanos ou em índio apresado, o que não inviabiliza a pesquisa, mas, ao contrário, lhe dá vigor e autenticidade genuinamente “nacional”.                    

Nenhum comentário:

Postar um comentário

obrigado por visitar nosso blog!