quinta-feira, 3 de maio de 2012

EM TORNO DA GENEALOGIA DE GERMANO MOREIRA

Sérgio Corrêa Amaro *

                                  Há muito as chamadas “redes sociais” se tornaram populares e de fácil alcance de quem tenha conexão à internet. De início, o Orkut se tornou verdadeira “febre” no Brasil, seguido e ultrapassado pelo Facebook, sem mencionar os microblogs do Twitter e outras tantas redes de relacionamento.
                               Cada internauta é capaz de criar a seu modo em torno de si relacionamentos virtuais os mais diversos, ligando pontos e pessoas distantes, até do outro lado planeta, em constante troca de informações, imagens e mensagens.
                               A genealogia, que sempre foi tida e havida por muitos estudiosos na categoria de “prima pobre” da História, ressurgiu com tremenda força na internet, dando oportunidade de pesquisa documental e troca de informações em nível global, acesso a livros e arquivos há menos de 30 anos considerados inatingíveis ou onerosos ao pesquisador mediano, a quilômetros de distância dos museus e arquivos públicos e coleções particulares.
                               De uns anos para cá se observa que a genealogia constitui, na verdade, uma emaranhada rede social ....do passado, utilizando tecnologia de ponta do presente, com projeção para o futuro.
                               Pelo final dos anos 1970 e início dos 1980 começamos a “garimpar” (esse o melhor termo) as ligações familiares de nosso ancestral Germano Alves Moreira, doador, com sua esposa Ana Luísa,  em agosto de 1822,  das terras que hoje são boa parte do centro de Batatais. Curiosamente, talvez poucos saibam que a confirmar a doação, aparece como testemunha Luís Fernandes Chaves, pai de Ana Luísa e sogro de Germano, o que confirma que os mineiros de Aiuruoca vinham com ânimo de aqui se estabelecer definitivamente, com seus filhos, parentes, gado e escravos.
                                Havia em nossa família Corrêa (de Toledo) uma ligeira referência de que Germano Moreira e Ana Luísa fossem nossos antepassados, mas sem embasamento documental, havia apenas especulações.
                               Pesquisando os livros de registro de nascimentos, casamentos e óbitos da Igreja Matriz, de resto muito bem conservados, e os processos de inventário, de divisão de terras e outros cíveis e até criminais do arquivo judiciário no fórum de Batatais, hoje depositados em Jundiaí, pudemos levantar dados fundamentais para a composição genealógica de Germano Moreira e Ana Luísa, boa parte não publicados em livros até o momento.
                        Porém, com o auxílio vigoroso da internet, dos sites especializados, dos fóruns de discussões genealógicas, da leitura online de documentos originais digitalizados, guardados em arquivos brasileiros e europeus, pudemos apurar uma considerável árvore de costados de nosso 5º. avô, o mineiro Germano Moreira, a quem nos entroncamos por sua neta Maria Luísa Constância, filha de Ana Margarida Constância e Joaquim Luís da Costa, sendo Ana Margarida, talvez, a segunda filha de Germano e Ana Luísa e falecida antes dos pais, em 1845.
                        Germano Alves Moreira era natural de Barbacena, onde foi batizado na capela filial de Santa Rita, aos 25 de outubro de 1778 (e não 1776, segundo algumas fontes), primeiro filho de Hipólito Moreira dos Santos e Maria Vicência Alves de Jesus, casados em São João Del-Rei em 11 de janeiro de 1778, foram seus padrinhos de batismo os avós maternos, o português Domingos Alves Calheiros e Inácia Maria do Rosário.
                        Com apoio na documentação somente encontrada pela via da internet, a exemplo do site precioso dos mórmons, o familysearch.com, da consulta a blogs como o do Dr. Roberto Sandoval, ao site do jornalista José Roberto de Toledo, documentos digitalizados do Arquivo Público Mineiro, do Arquivo do Estado de São Paulo e do Arquivo Nacional, traçamos linhas de parentesco consanguíneo de Germano Moreira que remetem a Jacques Félix, o flamengo, bandeirante e fundador de Taubaté em 1639; a João Ramalho (1493-1580, fundador de Santo André) e sua esposa, a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá e de Potira; e  a ninguém menos que Dom Afonso Henriques, fundador e rei de Portugal (1109-1185).
                        Assim, o ímpeto colonizador e fundador de Germano Moreira encontra eco entre pelo menos três de seus ancestrais, fortemente documentados, Jacques Félix, João Ramalho e Dom Afonso Henriques.
                        Do pouco que até agora se viu, a árvore genealógica de Germano Moreira pode sugerir numerosos estudos, que dão vez e voz aos homens e mulheres de outros tempos e outros lugares, seus e nossos antepassados, seja aprofundando-se pela Idade Média europeia, seja pela história do Brasil colônia e império até os dias de hoje.
                        Em outras oportunidades, vamos traçar a descendência de Germano Moreira e Ana Luísa, os antepassados próximos e distantes, curiosidades genealógicas da Marquesa de Santos e de Frei Galvão, além de apontar os primeiros passos a quem queira se iniciar nessa fascinante viagem chamada genealogia.

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